O presente texto busca discutir o valor que se atribui à memória como fonte de pesquisa, destacando a sua importância para a investigação das relações de poder no campo da História da Educação. Ele é parte da uma pesquisa de mestrado que buscou investigar as relações de poder em uma escola pública, durante o período de Ditadura Civil-militar no Brasil. Esta pesquisa teve como ponto de partida o seguinte questionamento geral: Como os professores e professoras da rede pública de ensino compreenderam as relações de poder que permearam o contexto educacional local durante o período de Ditadura Civil-militar, na cidade de Vitória da Conquista-BA? Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, que teve como proposta metodológica a História Oral e como teoria basilar a abordagem sobre o poder na Sociologia Compreensiva em Max Weber. A principal fonte de pesquisa foram as memórias de professores que trabalharam na mesma escola, no mesmo período. Foram utilizadas, também, as seguintes estratégias metodológicas: análise documental e entrevistas semiestruturadas para consultas às fontes orais. Conclui-se que na escola investigada as relações de poder foram semelhantes aos tipos de relações produzidas na sociedade. Estas explicitam a dominação racional pautada no movimento de mando e obediência e fortemente permeada por elementos afetivos.