A contemporaneidade sobrepõe padrões de beleza e corpo ideal, calcados em um forte envolvimento de adolescentes com a internet e as mídias sociais, que nem sempre retratam a realidade por trás das telas. Vive-se à luz de uma série de exigências, a fim de valorizar a aparência física como fator importante de reconhecimento social, o que pode gerar comportamentos de insatisfação corporal e distorção da autoimagem, levando a práticas alimentares não saudáveis ou inadequadas. Neste contexto, o culto ao corpo e sua intrínseca relação com o risco de transtornos alimentares na adolescência se mostram uma discussão essencial para os campos da Psicologia e da Nutrição. Este artigo é produto do Projeto Corpore, que se realizará na rede municipal de educação de Araçagi, Paraíba, e objetiva, em seu curso no ano 2024, além da pesquisa de campo, promover ações educativas durante o primeiro trimestre letivo, que fomentem a reflexão sobre prevenção e intervenção dentro do contexto descrito, contribuindo para o desenvolvimento íntegro, saudável e livre de adoecimentos nutricionais e emocionais. Dentre as ações que serão realizadas com o público alvo, estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental, em duas escolas da zona urbana, estão previstos encontros grupais, dinâmicos e interativos, iniciando por uma reunião com os profissionais das respectivas turmas e com pais e/ou responsáveis, aplicação de instrumentos de coleta de dados, como questionário sociodemográfico; versão traduzida e validada dos Internet Addiction Test (IAT); Contor Drawing Rating Scale; Body Shape Questionnaire (BSQ); Eating Attitude Test – 26 (EAT-26) e Self Photo Editing and Photo Investment, além das atividades práticas. Espera-se, por fim, que sejam identificados aspectos de dependência tecnológica atrelados aos níveis de insatisfação corporal e riscos de transtornos alimentares, bem como prevê-se que as ações pedagógicas sensibilizem e contribuam para a necessária mudança desse cenário.