Como favorecer a aprendizagem criativa na formação docente inicial? Que fatores inibem ou bloqueiam a criatividade? Partindo de tais inquietações, buscamos analisar a concepção discente sobre a aprendizagem criativa em cursos de Licenciaturas. Partindo de uma abordagem qualitativa, foi realizado um estudo de caso, do qual participaram 33 estudantes de cursos de Licenciaturas em Física, Química, Matemática, Letras e Ciências Biológicas de uma instituição da rede federal de ensino. A coleta dos dados foi baseada inicialmente na análise documental, com o objetivo de mapear as referências à criatividade nos projetos pedagógicos desses cursos. Além disso, foi utilizado um questionário com questões abertas e fechadas, relacionadas à aprendizagem criativa. A análise dos dados, aponta para os fatores que caracterizam práticas formativas que incentivam novas ideias, tais como: cultivo do gosto pela descoberta e busca de novos conhecimentos, estímulo à análise de diferentes aspectos de um problema, e promoção do debate com estímulo à participação de todos os estudantes. Dentre os fatores que estimulam a aprendizagem para a criatividade, os discentes destacam metodologias inovadoras que favorecem o diálogo, a motivação e a multiplicidade de recursos didáticos. Por outro lado, fatores como o foco na transmissão de conteúdos e o desestímulo à participação, são indicados na perspectiva discente como aspectos da prática docente que inibem a criatividade, sobressaindo-se abordagens comunicacionais de autoridade. Com isso, foi observada uma forte relação entre dialogicidade, criatividade e inovação na prática docentes inovadoras. Isso revela a importância de olharmos para os espaços e tempos da formação docente inicial com entusiasmo pela expressão criativa, bem como de encorajarmos uma educação que resgate a criação como característica inerente à condição humana, por meio de uma práxis pedagógica dialógica.