: Este artigo é um dos desdobramentos da nossa pesquisa de doutorado sobre formação humana no campo da relação educação-espiritualidade. O texto tem por objetivo investigar como os afetos, enquanto dispositivos de colonização política, consistem numa possibilidade autêntica de compreender o processo de insegurança ontológica do sujeito da educação. Em termos filosóficos, a reflexão repousa no pressuposto de que: o estudo da insegurança ontológica no contexto da formação humana contemporânea inclui a postura da ética do cuidado de si como uma possibilidade de compreensão desse fenômeno de esvaziamento do sujeito (FREITAS, 2010, 2014) e (FOUCAULT, 2004). Em termos metodológicos, nossa pesquisa é de cunho teórico bibliográfico, valendo-se da última fase do pensamento de Michel Foucault que convencionou chamar de ética do cuidado, problematizada desde o imperativo ético do cuidado de si. Foi realizada uma análise problematizadora de questões delimitadas a fim de apreender como os circuitos de afetos políticos colonizam a experiência de vida do sujeito no contexto do capitalismo de vigilância, por exemplo. Sobre o referencial teórico, este projeto privilegiou investigar os afetos político tomando, por um lado, a relação educação-espiritualidade, recorrendo às noções de verdade, cuidado de si, ética do cuidado, espiritualidade, dispositivo, dentre outros; por outro lado, recorremos ao conceito de circuitos de afetos, ontologia, pulsão e desamparo. Dessa forma, espera-se compreender como os afetos se metamorfoseiam ao se deslocarem do mundo psíquico para os corpos políticos do sujeito da educação, promovendo o que Safatle (2016) denominou insegurança ontológica.