As questões sobre moralidade têm permeado cada vez mais o ambiente escolar, seja na consideração da escola como um espaço primordial de desenvolvimento integral da criança, seja na importância da formação docente para favorecer o desenvolvimento moral. Nesse sentido, a partir de uma visão construtivista, as concepções piagetianas a respeito dos procedimentos para educação moral, chamados de métodos ativos, servem de base para propostas de promoção de um espaço propício e acolhedor para as questões morais na escola. O presente trabalho realiza uma revisão dos principais elementos cognitivos e afetivos essenciais em qualquer modelo de educação moral, voltados para a construção de um ambiente facilitador para o desenvolvimento moral. Serão abordados aspectos como o estímulo a tomada de perspectiva e a empatia para promover a autonomia moral, bem como a importância do professor como o mediador desse processo dentro da escola. Além da literatura sobre a psicologia do desenvolvimento moral, será apresentada uma proposta bem-sucedida de aplicação desses fundamentos na escola, através do trabalho de Rheta De Vries para a construção de uma atmosfera moral. Por fim, traremos os princípios guiadores de Marilyn Watson para a construção de uma relação de confiança com os alunos, baseada no afeto e no cuidado, considerando ser essa a base para apresentar aos estudantes os princípios morais de respeito, igualdade e cooperação.