Neste estudo fazemos um contraponto a práticas educativas atravessadas por uma concepção epistemológica da natureza como matéria-prima morta, com vista a um novo olhar que compreenda o meio ambiente como uma área de interações sociais de culturas, e de relações socioambientais dinâmicas. Propomos articular o sujeito histórico e cultural de Vigotski com a valorização social e cultural do convívio com o meio natural, destacadas por Lea Tiriba. Concebemos, assim, o ambiente, humano e escolar, também como um signo, também como um instrumento elaborado pela cultura; isto é, também como uma mediação sociocultural. Nessa perspectiva, alinhamos a construção teórica de Vigotski sobre o brincar infantil, a imaginação, com uma proposição de práticas educativas – no Ensino de Ciências da Natureza na Educação Infantil – que possibilita uma educação sensível à natureza, tendo como fundamentação uma articulação teórica da Abordagem Histórico-Cultural e da Educação Ambiental Crítica. Visto que a escola ocupa cada vez mais espaço em nossa vida e se as crianças têm verdadeiras curiosidades a partir da interação e do brincar com a natureza – cabe pesquisar em que medida as práticas educativas e os ambientes educacionais favorecem ou criam obstáculos ao pleno exercício das potencialidades das crianças e na construção do sujeito crítico.