O presente artigo é o relato de experiência a partir da construção da performance de dança como trabalho de conclusão de curso para a Especialização em Arte e Educação Contemporânea, oferecida pela Universidade Federal do Tocantins – UFT. O objetivo geral é desconstruir as imagens estabelecidas na performance a modo de estabelecer uma relação entre a dança e os corpos dóceis da Geração Z, resultado de horas de exposição à violência na televisão e nas redes sociais. A metodologia que norteará a presente desconstrução é a Teoria Semiótica Greimasiana, a partir dos estudos de Barros (2005) e as definições de Fiorin (2005) de signo e símbolo. Como fundamentação teórica, levaremos em considerações os estudos de Foucault (1987) sobre os corpos dóceis e indóceis; as considerações de Bauman (2022), Bucci (2021), Fisher (2020) e Klein (2002) sobre os conceitos de realismo capitalista e a influência das transnacionais em nos hábitos de consumo dos invidíduos; os apontamentos de Eagleton (2011), Hall (2016) e Williams (2007) sobre cultura; e os estudos de Ginzburg (2013) e Freud (2010) sobre o mal-estar na cultura e o consumo de violência explícita nas mídias. Como resultados, obteve-se que a performance instiga a reflexão quanto ao papel da tecnologia na vida dos indivíduos da Geração Z, em particular, que reagiram aos estímulos aderindo a um comportamento grupal similar, como o de não terem relações sexuais com frequência, a serem mais protegidos quanto à ISTs por usarem mais preservativos do que os milleanials, por exemplo, e não saírem de casa para constituir família antes dos 30 anos. Ao investigar as músicas, artistas e coreografias que fizeram sucesso durante a infância e a adolescência da Geração Z, podemos indicar que as danças, que antes precisavam de um par para dançar, passaram a precisar de apenas um único dançarino. Como considerações finais, apontamos que o distanciamento corporal da Geração Z é única e exclusivamente por sua criação sem contato físico contínuo.