Neste trabalho, partilhamos da experiência e análise de um Projeto Integrador (PI) que teve como tema Cultura e cyberespaço: sobre as novas relações sujeito-mundo. Desenvolvido com estudantes do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública de tempo integral do estado de Alagoas em 2022, o Projeto teve como objetivos: identificar qual/quais elemento(s)/ferramenta(s) tornam/tornaram possível(is) à internet promover acesso dos jovens de classes populares ao capital cultural; analisar a internet como fenômeno de construção de conhecimento em tempos de Fake News; compreender como esses jovens se apropriam da internet e seus aparatos de comunicação social. Para tanto, partimos da hipótese de que a internet possibilita condições e disposições dialógicas para o novo capital cultural dos jovens de classes populares. Como aposta metodológica, o desenvolvimento do PI contou com a colaboração dos estudantes no levantamento bibliográfico, na composição de um laboratório de recursos audiovisuais (com filmes, séries e documentários), entrevistas semiestruturadas com a comunidade interna/externa e atividade de campo. A análise, de caráter qualitativo, apresenta que a proposta do PI se mostrou efetiva enquanto movimento oportuno para serem trabalhadas questões de pesquisa propostas pelo corpo estudantil. Demonstrou ainda que os estudantes estão atentos às nuances que se passam nas redes sociais, inclusive diante das notícias falsas. A partir das entrevistas criadas pelos estudantes e desenvolvidas com a comunidade, constatou que todos os participantes das entrevistas vêm fazendo a utilização dos smartphones para terem acesso a algum tipo de capital cultural, e a grande maioria afirma ser o principal meio de acesso ao conhecimento, seja para sanar dúvidas simples e complexas, ou como ferramenta de acesso à orientação no desenvolvimento de inúmeras atividades do cotidiano. Conclui-se que a internet possibilita condições e disposições dialógicas para a aquisição de capital cultural de jovens de classes populares.