No Brasil, o processo de envelhecimento populacional tem-se acelerado, impulsionado principalmente pela queda da taxa de natalidade e o aumento da expectativa de vida. Em paralelo, observa-se a adoção de novos comportamentos na velhice, como o retorno ao ambiente escolar e a participação em cursos pós-aposentadoria, dentre outras estratégias adotadas para atingir maior qualidade de vida na terceira idade. No contexto universitário, foram estabelecidas múltiplas ações que se voltam para as pessoas idosas, tais como a pesquisa em tela. Nossa proposta é agregar conhecimentos sobre ferramentas teóricas, métodos e técnicas de constituição, integração e análise de dados relativos a conhecimentos matemáticos de pessoas da terceira idade, aplicáveis à produção de saberes para a docência em matemática e para amparar nossos trabalhos de extensão junto a pessoas idosas. Para atingir tal objetivo, na primeira etapa da investigação, foi desenvolvido um estudo de natureza qualitativa, uma pesquisa documental e bibliográfica, de caráter exploratório e descritivo. Tomando a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da CAPES como base de dados, encontramos inicialmente vinte e quatro trabalhos. Dentre eles, somente quatro, efetivamente, voltam-se para o tema em foco. Trata-se de duas dissertações e duas teses que têm como contexto a Educação de Jovens e Adultos ou cursos de Extensão Universitária. De modo geral, observa-se que as pesquisas buscaram identificar, nas memórias sociais de pessoas idosas, os seus processos de apropriação de saberes matemáticos e as relações que mantiveram com a matemática escolar. Buscaram ainda identificar os usos e as práticas matemáticas dessas pessoas em seus contextos de vida e em situações sociais que vivenciam cotidianamente. O pequeno número de trabalhos encontrados revela que existe a necessidade de os educadores matemáticos brasileiros empreenderem um olhar mais sensível para essa parcela da população, de modo a considerar suas especificidades etárias, culturais e sociais.