Na aprendizagem de adultos, as estratégias de ensino devem se conectar com o cotidiano e contextos dos sujeitos aprendentes. Ao focalizar nossa experiência, desde 2018, com a oferta do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) Artesã em Bordado à Mão, no âmbito do Programa Mulheres Mil, pelo IFRN – Campus Natal-Zona Norte, foi possível elaborar estratégias de ensino que contemplassem o ofício de bordar sem desconsiderar as realidades das mulheres e suas diversas vulnerabilidades. O curso está organizado em quatro módulos compostos por treze disciplinas teóricas e práticas, totalizando 214 horas. O objetivo deste trabalho é descrever as estratégias usadas para viabilizar a aprendizagem do bordado como técnica e como meio de emancipação para mulheres. Esta investigação está fundada em Freire (1996; 2001); Arroyo (2014; 2017); no Guia Metodológico do sistema de Acesso, Permanência e Êxito (BRASIL, 2012) e em Severino (2014). Os resultados deste estudo se apresentam na composição de um perfil das alunas participantes, o qual demonstra traços de ações emancipatórias revelados por meio do: aprender a bordar; permanecer bordando; agrupar-se para bordar; e representar-se no bordado. Desse modo, pode-se afirmar que as estratégias de ensino e aprendizagem desenvolvidas nessa qualificação profissional denotam ações de cunho afirmativo, inclusivo e de equidade.