Esta pesquisa tem por objetivo analisar a atuação da Professora Zilca Lopes da Fontoura (1926-2018) como intelectual, desempenhando o papel de mediadora pedagógica na Escola Isolada do Flamengo – posteriormente denominado de Grupo Escolar Domício da Gama –, nas condições de professora da educação primária e gestora, e no Colégio Maricá, ambos localizados no município de Maricá / Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que fundou e chefiou a inspetoria estadual de ensino durante os anos de 1964 a 1980, foi delegada da União dos Professores Primários do Estado (UPPE) e responsável por diversos cursos de capacitação para professores. Também foi uma das primeiras mulheres eleitas para o cargo de vereadora do município, na década de 1950, tendo sido 2ª secretária da mesa diretora da Câmara Municipal de Maricá (1955). Como referencial teórico-metodológico, tomamos as categorias de “intelectual”, “redes de sociabilidade” e “geração” desenvolvidos por Sirinelli, como também o conceito de “mediação cultural”, aplicado por Hansen e Gomes, em diálogo com a História das Mulheres, à luz de Perrot e Del Priore. As fontes utilizadas consistem na documentação da Diretoria de Instrução Pública do Estado do Rio de Janeiro, jornais, depoimentos e obras acadêmicas acerca do tema. O artigo está dividido nas seguintes seções: I) Formação e redes de sociabilidade: itinerários de uma intelectual; II) Magistério, gestão e inspeção escolar; III) Atuação política na Câmara de Vereadores de Maricá e no associativismo docente. As considerações finais apontam para a importância da mediação desempenhada pela docente na cidade, influenciando na formação de gerações, ressonando até os diais atuais.