Este trabalho apresenta um relato de experiências, dificuldades e perspectivas nas disciplinas de cálculo em um curso de licenciatura em Matemática. O objetivo deste texto é refletir sobre a necessidade de implementar mecanismos de apoio e adaptação como forma de suporte para alunos com necessidades educacionais especiais, além de métodos que incentivem a permanência de estudantes com deficiência nos cursos de graduação, visando promover acessibilidade, cidadania e oportunidades igualitárias para todas as pessoas. Especificamente, as vivências e reflexões compartilhadas neste texto são relatadas por uma aluna diagnosticada com degeneração macular juvenil, conhecida como doença de Stargardt e popularmente chamada de baixa visão. Essa condição afeta as células da mácula, resultando na diminuição da visão central, mas geralmente preservando a visão lateral. No entanto, mesmo com a visão lateral preservada, pessoas com baixa visão têm dificuldade em enxergar nitidamente objetos e pessoas distantes, apresentam visão distorcida e encontram dificuldades para ler textos e distinguir cores claras, como as lousas brancas comumente utilizadas em salas de aula. Diante dessas características, são relatados os processos de adaptação desde o primeiro contato com as disciplinas, destacando também as dificuldades enfrentadas e os mecanismos utilizados pelos professores, muitos dos quais obtiveram resultados bastante positivos. Além disso, serão mencionadas situações em que a falta de adaptação de materiais prejudicou o processo de aprendizagem e adaptação. A percepção compartilhada permite compreender as dificuldades enfrentadas pela aluna diariamente, levandonos a refletir sobre os desafios vivenciados por outras pessoas com diferentes tipos de deficiência, cada uma delas apresentando particularidades e exigindo mecanismos distintos de adaptação.