RANGEL, Isabela Fernanda Macedo. Intertextualidade nas músicas de bezerra da silva. Anais IV ENID / UEPB... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/9894>. Acesso em: 20/11/2024 00:40
O presente trabalho apresenta algumas reflexões sobre a intertextualidade presente nas músicas interpretadas por Bezerra da Silva, cantor pernambucano que costumava relatar a realidade das favelas cariocas. Suas músicas mais conhecidas são “Malandragem dá um tempo” do álbum “Alô Malandragem, Maloca o Flagrante”, de 1986; “Cocada Boa”, do álbum homônimo, de 1993; e “Malandro é Malandro e Mané é Mané”, também de álbum homônimo, de 1999. Estas reflexões estão ancoradas na perspectiva teórica da Linguística Textual sob as posições defendidas por Anna Christina Bentes (2001), Ingedore Villaça Koch (1997), Koch, Bentes e Mônica Magalhães Cavalcante (2008). O corpus é constituído por três letras musicais (Malandragem dá um Tempo, Meu Bom Juiz e Justiça Social) as quais põem em questão as relações conflituosas entre polícia e marginalidade, pobres, ricos, uso de drogas e prisão, desigualdades e injustiças sociais. A metodologia adotada consistiu em identificar o contexto de produção das músicas e os prováveis intertextos com os quais têm alguma relação. Deste modo, o artigo objetivou identificar as ocorrências e os tipos de intertextualidade nas músicas de Bezerra da Silva, além de analisar como tal fenômeno interfere na compreensão textual. Estas músicas, interpretadas por Bezerra da Silva, têm elementos intertextuais entre si e com outros textos, sejam eles bíblicos, músicas de outros cantores ou até mesmo ditados populares. Os resultados demonstraram que é preciso ter conhecimento do contexto sóciohistórico em que as músicas são produzidas e dos elementos intertextuais que compõem as músicas. Além de que tais elementos intertextuais demonstram-se decisivos na construção dos sentidos. Palavras-chave: Intertextualidade. Músicas. Bezerra da Silva.