Vivemos em um contexto social em que os oprimidos, por vezes, ainda não têm consciência do processo estrutural de opressão que vivenciam cotidianamente, devido ao véu ideológico que oblitera as vias de transformação. Quando há esta consciência, muitas vezes, a fragilidade na organização popular dificulta a promoção de mudanças. Nesse sentido, levando em consideração que a educação é uma possibilidade para alcançar modificações sociais, considera-se a importância de questionar criticamente que tipo de formação as instituições de educação brasileiras estão desenvolvendo com os alunos, uma vez que se faz necessário que a educação contribua para o processo de tomada de consciência como prática para a liberdade (Freire, 2019). Por essa perspectiva, o objetivo principal de nosso estudo é trazer um debate teórico sobre os escritos de Paulo Freire, especialmente no que tange a educação como prática de liberdade, e sua relação com práticas antirracistas nas escolas (Silva, 2013). Portanto, trata-se de um estudo teórico – bibliográfico com vistas a potencializar atividades educativas antirracistas nas escolas públicas fortalecendo a escola como lugar de uma práxis libertadora. Nesse viés, a partir dos debates freirianos, percebe-se que o modelo de educação bancária é predominante em nosso contexto, assim, lutas importantes como o combate ao racismo mostram-se visivelmente conflituosas, tendo em vista, apagamentos históricos e epistemológicos presentes nas práticas educacionais na educação.