Este trabalho é uma proposta de justiça intelectual e proposição de uma lâmina que direcione o olhar para novos prismas educacionais, presentes nas práticas contra coloniais de espaços que resistiram e resistem ainda hoje ao empreendimento colonial, europeu e branco. Parto a análise dentro de um Terreiro de Candomblé, localizado em Jequié – BA. Sendo pesquisador e filho desta casa, percebo as estratégias de resistência e a utilização dos saberes e práticas afro-indígenas-brasileiras como ferramenta para disseminação e preservação dos saberes do povo que vive nas esquinas do mundo. Ao propor um ato de justiça intelectual buscamos conferir e reafirmar a autoridade da produção de epistemes, cosmovisões africanas e suas reproduções nos espaços da diáspora, bem como das práticas e saberes indígenas analisados neste artigo através dos Ancestrais encantados, no Terreiro chamados de Caboclos. É de grande relevância demonstrar que em nenhum momento esta produção busca se inscrever como negacionista ou alienada, aqui é proposto um questionamento e a importância de questionar a credibilidade intrépida dos conhecimentos, saberes e práticas brancas ou embranquecidasque de muito se valeram do esquecimento para praticar o espitemicidio e subjugar toda e qualquer produção que não se praticasse nas diretrizes colonizadoras. Aqui, o patrono da educação brasileira estabelece diálogo com o senhor do movimento, chamado de Exú, e movimentar o tabuleiro da educação brasileira é a travessura que aqui se arquiteta.