A pandemia de COVID-19 impôs à humanidade a necessidade de adaptação a uma realidade marcada pela doença, pelo isolamento social físico e convivência com lutos. Assim, no sentido de cumprir o imperativo ‘a escola não pode parar’, infâncias e docências foram interpeladas às reinvenções e deslocamentos como estratégias táticas cotidianas, não somente para manter vínculo com a escola, mas para amenizar o estado de solidão e estranhamento que desenhou esse tempo pandêmico. A casa passou a ser ambiente de ensino-aprendizagem e as interações deram-se por meio das telas, impondo aos pares saberes sobre multiletramentos. Nesse sentido, considerando a leitura como uma cena sociocultural que desloca as crianças para o universo do imaginário e das emoções, este artigo tem como objetivos descrever e analisar as práticas leitoras desenvolvidas com uma turma de 2º Ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal do campo na Fazenda Lagoa das Antas, município de Jaguarari – Bahia. Rojo (2012), Winter (2017), Freire (1989) Certau (1994) dentre outros/outras constituíram a ancoragem teórica. Trata-se de uma pesquisa-ação, cujas análises partem de cenas de leituras desenvolvidas por meio do WhatsApp. Os resultados apontam as dificuldades e os desafios do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no campo por causa das precárias condições de acesso à internet, aos equipamentos de celulares e computadores e pelos usos em situação escolar. Entretanto, as práticas leitoras revelaram aprendizados e satisfação das crianças nesses encontros virtuais. Percebíamos pelo sorriso, narrativas, envolvimento e desempenho nas atividades propostas.