Essa pesquisa alude à discussão do sofrimento psicológico dos professores tendo em vista o cenário de desinvestimento na política de educação básica. Sendo assim, a conjuntura política adotada implica em condições de trabalho subalternas, o que resulta, cotidianamente, em uma práxis defasada e sobrecarregada, bem como no declínio da saúde mental dos docentes. Objetiva-se refletir criticamente acerca da saúde mental dos professores da educação básica, levando-se em consideração as implicações advindas de um sistema capitalista, especialmente, na conjuntura da pandemia da COVID-19, em que a precarização e o sucateamento das políticas educacionais foram impulsionados, bem como isso impactou em sua atuação. Para tanto, o percurso metodológico adotado se deu através de um ensaio teórico, fundamentado em seis artigos encontrados na base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), além de livros clássicos que abordam questões relacionadas à precarização do trabalho docente e seus impactos na saúde mental e na prática diária. Neste ínterim, aponta-se o histórico sucateamento das políticas educacionais, em especial, durante a pandemia da COVID-19, perpassando pela sobrecarga de afazeres, baixa remuneração, falta de treinamento e de suportes materiais adequados à conjuntura remota, também pela culpabilização do professor na não adaptação e baixo aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Desconsiderando-se todos esses fatores, equivocadamente, acredita-se, socialmente, que esses alunos e, também os professores, estão fracassando. Resulta-se, logo, no sofrimento mental do docente, a exemplo, em crises de ansiedade, afastamentos, e perda de interesse pela prática. Conclui-se que o processo de participação crítica e a formação continuada exigem, desses profissionais, um reconhecimento acerca dos próprios direitos, percebendo-se como vítimas do fracasso escolar, além da busca pelo rompimento de uma naturalização da precarização da profissão. Por fim, salienta-se que essa percepção é basilar em uma práxis libertadora e não violenta.