Este trabalho propõe a discussão acerca do gênero meme, que consiste em imagens, vídeos ou trechos de textos na internet, utilizado para transmitir humor peculiar e difundir ideias específicas. O foco das abordagens está na investigação crítica do gênero selecionado enquanto ferramenta associada aos multiletramentos e à multimodalidade, tendo por base teórica os pressupostos de Brian Street (2014), Walkyria Montemór (2015), Ana Elisa Cardoso (2016), Patricia Miranda Medeiros Sardinha (2018), dentre outros autores. Em contexto escolar, o meme desempenha um papel importante, ao permitir que os estudantes expressem opiniões, promovam diálogos e estabeleçam uma linguagem compartilhada e em linha com as suas práticas e vivências rotineiras. O ponto de partida para as reflexões aqui propostas é que também o gênero em estudo, como modalidade específica, contribui para um trabalho de construção de camadas de significados cada vez mais complexas, ainda que as suas características arquitetônicas se revelem apenas aparentemente pouco elaboradas, o que reforça e evidencia a compreensão de que a linguagem é sempre permeada por ideologias e que não se tem neutralidade nos textos. Adicionalmente, busca-se apresentar e analisar historicamente o surgimento e a evolução do gênero meme, desde as suas primeiras manifestações em ambiente virtual (seu suporte típico) e ainda como objeto desprovido de imagens em movimento, até as ocorrências mais atuais, associadas aos vídeos e às imagens animadas.