Considerando que os saberes mobilizados na prática docente não advêm de uma única instância de produção, analisamos como o processo de ressignificação didática acontece na instância de formação continuada. Compreendendo a heterogeneidade e a pluralidade desses conhecimentos, estabelecemos como objetivo: analisar a contribuição dos encontros específicos de formação para a prática docente e o processo de didatização dos conhecimentos. O interesse pelo tema didatização de conhecimentos surgiu da experiência como Formadoras de Professores Alfabetizadores, da Rede Municipal de Campina Grande – PB. Indagações acerca de como noções teóricas e metodológicas, estudadas no espaço da formação, são ressignificadas na prática dos professores cursistas, instigaram-nos à realização deste estudo. Nessa perspectiva, objetiva-se estimular uma reflexão crítica que ofereça aos professores propostas para a articulação entre teoria e prática, permitindo atender suas necessidades de compreender e de questionar a sua prática pedagógica. Assim, considerando esse percurso, decidimos refletir como os conhecimentos referentes à formação são ressignificados na prática pedagógica, e nos propomos a responder a seguinte pergunta: Os conhecimentos advindos dos encontros específicos de formação estão presentes na prática dos professores cursistas? Para tanto, analisamos uma experiência com a Sequência Didática de uma professora de 2º ano, do Ensino Fundamental. Dessa forma, considerando, então, as transformações que o saber científico sofre ao passar para o contexto escolar, propomos investigar se a professora alfabetizadora mobiliza, constrói e atualiza em sua prática pedagógica os conhecimentos advindos dos encontros de formação, a partir da experiência com a Sequência Didática. A contribuição teórica relevante para o estudo é a noção de efeitos da transposição didática, partindo das concepções teóricas de Bronckart e Giger (1998), Tardif (2002) e Lerner (2007).