É necessário observar que a procrastinação pode ser compreendida como uma estratégia para evitar o enfrentamento de determinadas atividades, entre elas aquelas que demandem maior atenção e concentração. Assim, torna-se possível verificar na literatura a procrastinação como um comportamento frequente no meio universitário, estando relacionada a diversos fatores, gerando consequências negativas para os estudantes. Faz-se imprescindível compreender a relação entre esses fatores, associado a sentimentos não positivos como falta de interesse, cansaço, tristeza, sobrecarga e insegurança, a fim de buscar melhorias para a produtividade, bem como redução do estresse e ansiedade causados por eles. Assim, com base na pesquisa realizada pelo Centro de Apoio Psicopedagógico ao Estudante – CAPpE em 2020, com 357 universitários, ao serem questionados sobre as principais dificuldades/problemas enfrentados no dia a dia acadêmico 59,7% dos participantes apontam a presença da Procrastinação, assim como 63,3% afirmam problemáticas referentes a concentração. Já sobre os sentimentos não positivos, 47,9% apresentam falta de interesse, 66,7% insegurança, 75,1% cansaço, 49,6% tristeza e 57,1% sobrecarga. Ainda que a pesquisa tenha sido realizada em um período pandêmico, é possível relacionar a presença destes sentimentos com a procrastinação e a falta de atenção, no contexto universitário, mesmo que a relação causa-efeito não possa ser estabelecida. Por fim, é possível afirmar que este estudo colabora com o avanço do conhecimento científico da área, bem como torna nítido a necessidade de maiores estudos, e principalmente de intervenções no contexto universitário, que auxiliem aos estudantes a enfrentarem essa realidade.