RESUMO A prática do canto coral configura-se essencialmente como uma atividade musical de cunho coletivo, exercida e difundida em distintas culturas e etnias. O exercício desta prática musical propicia o desenvolvimento uma densa rede de configurações sociais e culturais, de modo que, a valorização do indivíduo e da individualidade do outro passam a ser tecida a partir de uma relação de respeito, comprometimento, cooperação e solidariedade. O canto coral como prática musical na perspectiva da coletividade reforça o sentimento de existência e de pertencimento ao fazer parte de algo em comum aos que exercem esta prática musical. Na prática coral, o entrecruzamento das vozes individuais dá lugar à harmonia, que só se torna possível mediante a dependência da voz do outro. Esta noção de coletividade (tão inerente ao canto coral), também pode ser vislumbrada a partir do caráter holístico inserido na ideia de Ubuntu, no qual a compreensão do todo sobrepõe à individualidade do ser fragmentado. Desta forma, este ensaio de natureza qualitativa e interdisciplinar, buscou promover um diálogo acerca da prática coletiva do canto coral alinhada a noção de Ubuntu presente na Filosofia Africana. Como objetivo geral, este estudo buscou compreender de que (quais) forma(s) o conceito de Ubuntu pode contribuir para prática da música coral. O referencial teórico deste estudo se delineia essencialmente a partir dos estudos de Ramose (1999; 2002) acerca da ética e da filosofia Ubuntu, e, da prática do canto coral (FUCCI AMATO, 2007; OLIVEIRA, 2016; MUHERA, 2021). Este trabalho trata-se de um estudo ainda incipiente, e metodologicamente baseia-se em uma revisão bibliográfica de caráter exploratório. A relevância deste estudo se dá pelo caráter interdisciplinar dado ao tema e pela originalidade da temática abordada. Palavras-chave: Canto coral, Ubuntu, Filosofia Africana.