O presente trabalho tem por objetivo principal analisar alguns indícios sobre o papel dos pais de uma família de meio popular, que possuem baixa escolaridade, mas que seus filhos e filhas conseguiram avançar nos estudos. Essa longevidade escolar é considerada quando o sujeito atinge o acesso e conclusão ao ensino secundário ou superior no período estudado. O período corresponde ao processo de escolarização inicial de todos os filhos e filhas. A família participante da pesquisa é a Lemos Ferreira e Silva, composta pela mãe, pelo pai e oito filhos. Essa família é, natural de Caruaru, interior do estado de Pernambuco e posteriormente se mudaram para Recife - PE. Na metodologia trabalhamos com a História Oral e coletamos os depoimentos dos membros dessa família. E como aporte teórico, foram utilizados os estudos realizados por Silva (2005; 2017), em que aborda famílias de meios populares que alcançaram longevidade escolar e suas práticas de leitura. Os resultados foram encontrados a partir da análise de cada período da vida de cada sujeito, sendo assim, a infância, juventude e vida adulta. Nesse contexto, foi constatado que todos os filhos e filhas avançaram nos estudos. Dos 8 (oito) filhos e filhas, 6 (seis) concluíram o ensino superior e 2 (dois) concluíram o 2º grau. Desses 6 (seis), 3 (três) são especialistas e 3 (três) são doutores. Foi notório o esforço dos pais durante a trajetória escolar dos filhos e o lugar da religião nesse processo. Foi possível ver o papel da mãe como motivadora e organizadora de todo o processo de escolarização e do pai, que além de manter financeiramente a família também incentivava os filhos no processo de escolarização. Dessa forma, a educação é vista como modo de mudar de vida, de dar uma vida melhor para seus filhos e filhas.