MELO, Iran Ferreira De. Pode o ensino de língua portuguesa ser crítico?. Anais IX CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2023. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/97888>. Acesso em: 23/12/2024 03:55
De acordo com a Análise Crítica do Discurso (ACD), a linguagem se configura como um modo de ação social historicamente situado e as estruturas sociais são organizadoras da produção discursiva nas sociedades, bem como cada texto é responsável por construir uma ação individual sobre tais estruturas, podendo contribuir para a continuidade ou transformação de hegemonias. Neste trabalho, abordo a função do/a professor/a de Língua Portuguesa no processo de conscientização de estudantes (FAIRCLOUGH, 1989) e face a essas propriedades do texto/discurso em práticas que envolvam a aplicabilidade didática de três perguntas (MAURER, 2005): (1) Como os textos/discursos representam, em termos de conhecimentos e crenças, a realidade específica a que estão relacionados? (2) Que tipo de relações sociais determinados textos/discursos refletem ou estabelecem? (3) Quais as identidades ou os papéis sociais envolvidos em algumas práticas textuais/discursivas? A ACD permite a educadoras/es encorajar seus/as alunos/as a observar como a linguagem põe em ação formas de ver o mundo, identidades, relações, maneiras de construir e distribuir textos, refletindo ideologias e formas de poder. Nossa abordagem tem cunho teórico-metodológico e apresenta, a partir da esteira praxeológica de Norman Fairclough (1989, 1999, 2001, 2003) as possíveis interfaces entre a Linguística Aplicada e a Teoria Social do Discurso preconizada por esse linguista.