A Base Nacional Comum Curricular, dentre suas principais competências, propõe algumas que se referem ao autoconhecimento, ao autocuidado, a autonomia, a empatia e a cooperação. Essas habilidades são permeadas pelos valores morais e éticos em suas percepções sobre si e sobre o outro e, consequentemente, da relação que se estabelece daí. Mas, construir uma autoimagem positiva, com base em valores morais e éticos, não é tarefa fácil. Porém, a escola - quer queira, quer não - está implicada nessa construção por ser, por excelência, espaço de convivência. É preciso que investigações colaborem na compreensão sobre como se dá a adesão aos valores morais, tão desejosos por todos nós. A presente pesquisa, de caráter quanti-qualitativo, teve como objetivo comparar o modo de adesão aos valores morais do respeito, da justiça e da solidariedade entre três grupos de jovens engajados ou não em Equipes de Ajuda (EAs), um tipo de Sistema de Apoio entre Iguais (SAI), em suas escolas. A amostra de 2513 adolescentes dos Anos Finais do Ensino Fundamental de escolas particulares paulistas, responderam a um questionário com perguntas fechadas, dividido em duas partes, sendo a primeira relacionada aos itens de caracterização e a segunda composta por uma adaptação do instrumento já validado em uma investigação anterior conduzida pela Fundação Carlos Chagas sobre a adesão aos valores do respeito, justiça, solidariedade e convivência democrática, através de situações hipotéticas. Os dados mostraram que os grupos formados pelos adolescentes das EAs apresentaram modo mais evoluído de adesão, que é o da perspectiva moral, aos três valores. Esta pesquisa vem reiterar o quanto é necessário e urgente garantir que as escolas organizem espaços onde esses meninos e meninas possam exercer seu protagonismo, a fim vivenciarem os valores morais em favor de uma convivência mais ética.