Este trabalho aborda o trabalho docente na creche frente à onda de notícias falsas envolvendo as questões de gênero e sexualidade das crianças pequenas. Problematiza a questão da "Ideologia de gênero" no campo da educação, a partir de ofensivas conservadoras, envolvendo as crianças pequenas, difundindo pânico moral nas famílias. O trabalho tem como base os resultados de uma pesquisa de mestrado, desenvolvida por meio da análise de documentos e da realização de entrevistas semiestruturadas com 8 professoras/es de creches da rede municipal de São Paulo. Traz os ataques antigênero sofridos pelas escolas, como uma possibilidade disparadora de um debate sobre tais questões, a partir de uma matéria jornalística "Minha professora ensinou coisa errada". Tem como referencial teórico os Estudos de Gênero realizados no âmbito da Educação Infantil, e estudos atuais que problematizam como o movimento antigênero tem avançado no campo da Educação. Tem como ferramenta de análise teórico-metodológica a categoria de gênero, que ajuda na compreensão de como as desigualdades são produzidas pelas culturas e sociedades. Os resultados trazem as diferentes narrativas e experiências docentes voltadas para a questão de gênero com relação às brincadeiras, ludicidade e à fantasia na creche. Busca conhecer os desafios para o diálogo com as famílias, destacando o papel docente na desconstrução de preconceitos e promoção da diversidade de gênero desde as primeiras relações na pequena infância.