A educação infantil é uma etapa essencial na vida da criança, é um momento de novas descobertas, a ludicidade sendo uma grande aliada. Mas, para que esse período seja de prazer e não de frustração, é necessário que as crianças sintam-se representadas na sala de aula, muitas vivências são excluídas dos materiais pedagógicos, entre eles, os livros paradidáticos. Uma modalidade bastante afetada com essa invisibilidade é a educação do campo, que utiliza materiais elaborados para as escolas da cidade em sala de aula. O professor, consciente desta problemática, acaba tentando ao máximo adaptá-la para a realidade campesina. Considerando os diversos desafios para que os estudantes do campo sintam-se representados dentro do contexto da sala de aula, utilizamos em nossa práxis uma grande aliada da alfabetização: a contação de história. A escolha da obra literária teve características e vivências presentes na comunidade, para que as crianças sintam-se “pessoas da história”. Essa ação ocorreu em uma comunidade, através da UFPB, no curso de Pedagogia, no componente curricular Pesquisa e Prática Pedagógica na Educação do Campo. Há diversas formas de trabalhar a contação, nessa experiência utilizamos a roda de conversa, a elaboração de dedoches e a re-contação da história. A partir dessa experiência, foi visualizado que os aprendentes interagiram em todo momento da contação, já que era um texto que contemplava características da comunidade, estimulando o prazer pela leitura, além de exercitar a criatividade para realizar os dedoches, visto que escolheram a cor da pele, o cabelo etc., e também a imaginação para elaborarem a re-contação, as quais fizeram com entusiasmo. A representatividade na educação infantil é fator importante para o sentimento de pertencimento espacial.