Este artigo tem como objetivo analisar as práticas realizadas em um campo de obras por pedreiros e serventes relacionando-as com conteúdos matemáticos formais da Educação Básica. Com os dados coletados pretende-se analisar a influência do nível de escolaridade de cada profissional nos processos da profissão. O referencial teórico utilizado neste estudo é a Etnomatemática, que teve como precursor Ubiratan D’ambrosio. Tal referencial estuda como foi criada e desenvolvida a matemática utilizada por grupos culturais, étnicos, grupos de trabalhadores, entre outros. Observando que no canteiro de obras os profissionais utilizam rotineiramente os conhecimentos matemáticos, contudo muitas vezes reproduzindo apenas o que lhe foi ensinado por outros pedreiros mais experientes. Ao ser realizada a pesquisa qualitativa com esses profissionais, foi possível perceber que muitos dos conhecimentos presentes nas obras podem ser encontrados no currículo do ensino básico, tornando-os recursos valiosos para serem utilizados como ferramentas de ensino nas salas de aula. As atividades desenvolvidas foram realizadas com 3 pedreiros, 2 da cidade de Calçado - PE e 1 da cidade de São Joaquim do Monte - PE. O nível de escolaridade de cada profissional é diferente, o que proporcionou uma melhor investigação sobre a influência que a matemática da sala de aula pode ter em uma profissão que utiliza conhecimentos matemáticos em seus processos do cotidiano. Os resultados desta pesquisa indicam que a matemática básica tem maior presença na fala dos pedreiros, pois é a mais utilizada com facilidade no cotidiano, por não utilizar fórmulas para seus resultados, porém há conceitos da Geometria: área e volume e a trigonometria que são de grande utilidade na profissão e poderiam trazer mais exatidão, mas por não terem sido aprofundados na escolarização desses profissionais a estimativa (de quantidade de materiais e medidas da casa) é muito utilizada como substituta.