Este trabalho discute como a Educação Matemática pode se tornar uma ferramenta de promoção da justiça social em nossa sociedade. Na sociedade em que vivemos, a escola reforça e reproduz diferenças que impactam diretamente os estudantes, principalmente considerando que nosso país é marcado por diversas injustiças e desigualdades sociais. Grupos marginalizados enfrentam diversas formas de violência, explícitas ou silenciadas, as quais podem ser reproduzidas e reforçadas em práticas cotidianas, como a forma com a qual ensinamos. E, por mais que essas questões estejam presentes em todo o ambiente escolar, elas são continuamente evitadas nas aulas de Matemática, disciplina considerada, por muitos, como neutra e apolítica, impregnada por uma ideologia da certeza que a transforma, aos olhos da sociedade, em uma ferramenta pura e inquestionável. Nesse contexto, a Matemática pode ser utilizada para silenciar e promover exclusões sociais dentro e fora de sala de aula, auxiliando na perpetuação das ideologias hegemônicas ao servir a essas como uma ferramenta neutra que carrega todas as respostas e verdades. E, ao não questionar o uso da Matemática e ensiná-la aos alunos perpassada por esse caráter de obtenção de respostas únicas e verdadeiras, a Educação Matemática também reforça essas ideologias. Porém, a matemática não está destinada a ser uma ferramenta opressora. Para tanto, é preciso questionar as escolhas políticas, as verdades que a disciplina carrega e promover a inclusão e a diversidade na sala de aula. Neste sentido, através de uma abordagem crítica, atrelada à Educação em Direitos Humanos, a Educação Matemática pode ser uma ferramenta de promoção da justiça social e da transformação da realidade social, sendo, assim, um meio de alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.