Este trabalho objetiva refletir sobre a Reforma do Ensino Médio e suas implicações para a população negra. Aprovada pelo governo de Michel Temer, a Lei nº 13.415/2017 foi implantada para tornar essa etapa do ensino eficaz e focada no mercado de trabalho. Assim, busca-se compreender se a Reforma do Ensino Médio se mantém como base para a compreensão da realidade social, política e cultural, tão importante para a equidade social, haja vista que aqueles que têm condições financeiras têm acesso a instituições particulares de ensino que oferecem um viés do conhecimento científico além do que é necessário para executar um serviço laboral, podendo, inclusive, optar por uma formação mais extensa. Sabe-se que o racismo, no Brasil, é decorrente do processo histórico de exploração que os povos africanos passaram e está intrínseco na sociedade, sendo ele estrutural e estruturante. Com a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, não foi elaborada nenhuma política pública que atendesse às necessidades da população negra que, em decorrência disso, permaneceu em uma situação desfavorável e de vulnerabilidade social. Todo esse processo de exploração e aculturação reforçou um olhar sobre a população negra, repleto de preconceito e discriminação. Como interlocutores, a pesquisa se utiliza de Araújo (2021), que destaca os retrocessos do Novo Ensino Médio para a qualidade do ensino; Motta e Frigotto (2017), que analisam a Reforma como um retrocesso na educação básica; Behring (2021), que ressalta o contexto histórico, social e econômico no qual foi implantada tal Reforma e; Almeida (2019), que aborda sobre o racismo e suas facetas. No cenário de ampla disparidade social, o Novo Ensino Médio, com sua flexibilização curricular, amplifica ainda mais as desigualdades sociais no país.