Somos indivíduos de(s)mocratizados, uma vez que ainda vemos o ambiente em que vivemos como algo de outrem e não nosso. Tudo que é do outro, via de regra, não nos diz respeito. Dessa forma, o solo onde vivemos, a cidade que chamamos de nossa, a nação brasileira, passa a ser problema dos outros, esvaziando, assim, o conceito da tão famosa frase “o direito emana do povo”. Por que devemos destruir para expandir? Por que nós não sabemos o que é o direito à cidade? Foram realizadas duas oficinas com o mesmo teor pedagógico, primeira em janeiro de 2018, no Encontro Regional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (EREA RECIFE), de caráter nacional, e a segunda em outubro de 2019, na XXI Mostra de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (MAU – UFJF), de caráter regional. O objetivo principal é altear a questão simbiótica em relação ao direito à cidade vs. o meio ambiente nele inserido, trazendo para os participantes problemas reais que exigem soluções conjuntas dos cursos de Direito e Arquitetura e Urbanismo, tendo por finalidade encontrar soluções viáveis para as respectivas questões. As oficinas intituladas “Caça ao Tesouro: os conflitos de interesse quanto ao uso do solo urbano e a busca pelo direito à cidade”, foram embasadas nos eixos temáticos do encontro EREA RECIFE, uma vez que estes são comuns e existentes em todo o país. A metodologia ativa utilizada, é um clássico dos estudos sobre a ludicidade Homo Ludens, de Huzinga (2010), no qual encontramos a referência de que o jogo é mais antigo que a cultura, pressupõe sempre a sociedade humana. Em Recife a oficina trouxe bons frutos, em Juiz de Fora, os participantes não se “enxergaram” como agentes do Direito à Cidade, não possuíam vivências e interesses que justificassem a imersão na oficina.