O processo de militarização das escolas estaduais no Amazonas é anterior ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM) implementado no governo de Jair Bolsonaro. Atualmente está em funcionamento o Colégio Militar de Manaus (1971) e oito escolas da rede estadual militarizadas, mantida pela Secretaria (SEDUC) e comandadas pela Polícia Militar do Amazonas. O presente artigo visa compreender a relação qualidade educacional e o fator violência/assédio nas escolas militarizadas da rede estadual do Amazonas. Verificar os resultados das escolas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Analisar o Regimento Interno da Escola Militar à luz dos Direitos Fundamentais e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ponderar os impactos das escolas militarizadas para as populações vulneráveis socialmente. Utilizou-se o método de abordagem dialético, e como técnica de coleta de dados, a análise de microdados do Censo Escolar, IDEB e IDEAM, assim como, a análise de documentos disponíveis no âmbito do MEC e da Secretaria Estadual de Educação do Amazonas. Constata-se uma lista significativa de notícias na mídia sobre o assédio aos profissionais da educação, aos pais e responsáveis dos alunos, nota-se distintas limitações aos direitos de liberdade e expressão da própria identidade juvenil. O avanço das escolas cívico-militares na rede estadual e na rede municipal com incentivos do PECIM geram uma ampla discussão, visto que, as escolas militarizadas, com ênfase na disciplina, obediência, controle, são direcionadas para as populações vulneráveis, enquanto, as competências e habilidades requeridas para o desenvolvimento integral do cidadão, tornam-se secundários.