Este trabalho discorre sobre uma experiência pedagógica decolonial realizada com os estudantes do Ensino Médio em uma escola da rede SESI-SP. Trata das atividades desenvolvidas a partir de um projeto pedagógico antirracista, tendo em vista que o município de aplicação é constituído, majoritariamente, por descendentes de imigrantes. Expõe a intertextualidade desenvolvida numa sequência didática a partir de textos e linguagens diversas: o conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, o poema “Tudo aqui é um exílio”, de Lubi Prates, o filme “Medida Provisória”, de Lázaro Ramos, e a trilha sonora do longa-metragem, sobretudo, as canções interpretadas por Elza Soares. O trabalho ancora-se na Lei 10.639/200, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica. Pauta-se em referências antirracistas, como os estudos de Abdias Nascimento e Kabengele Munanga, bem como no ativismo de Petrolina Beatriz Gonçalves e Djamila Ribeiro. Apresenta uma abordagem qualitativa da pesquisa-ação realizada, a qual se propôs a explicar e a intervir na realidade social e escolar dos estudantes. Após o trabalho para ampliação de repertório, foi organizado um debate crítico sobre o tema, o qual aguçou a sensibilidade dos participantes. Em seguida, foram produzidas zines – partindo de uma ideia trazida pela professora, que recentemente havia participado do VII Festival de Poesia de Lisboa e sugerido contato e valorização das manifestações literárias periféricas. Ademais, os alunos do 3º ano desenvolveram uma performance artística, tendo como base as referências trabalhadas em sala de aula, a qual foi apresentada para todas as turmas do Ensino Médio.