O presente artigo busca refletir sobre a trajetória da educação para as crianças negras no Brasil pautando as perspectivas históricas e políticas. As discussões giram em torno da concepção de que a criança deve ser vista como um sujeito social de direitos tendo a liberdade de escolher, devendo ser respeitada, tanto as suas necessidades, quanto as suas diferenças. Para tanto as instituições de ensino devem compreender essas concepções, assim como desenvolver uma prática pedagógica levando em consideração as diferenças de cada criança, respeitando as características próprias de cada uma, reverenciando esta etapa das crianças que é a infância, para assim desenvolver uma educação de qualidade, pensada para estes sujeitos. A historicidade da infância e da vinda das crianças negras para o Brasil ganha destaque no texto, trazendo à tona uma história periférica e pouco conhecida pela maioria. Dentro dessa contextualização histórica são apresentadas as políticas públicas que visam assegurar os direitos sociais das crianças, respeitando suas diversidades. No decorrer das discussões busca-se dialogar com as leis federais Brasil (1996), (2003), (2004) e teóricos, com destaque Cavalleiro (2003), Gomes e Jesus (2013), Silva (2022), entre outros autores. Contudo, conclui-se que para superar essa problemática, existe a necessidade de se opor à visão europeia de infância, visto que se deve considerar a diversidade de crianças que vivem no Brasil. Portanto, é necessário dar atenção às formas de se relacionar, entender e ver o mundo das crianças, visto que é através desse âmbito que se expressa o pensamento humano.