Introdução: Apresentamos aqui resultados do nosso percurso de pesquisa financiada pelo PIBIC, ciclo 2021/22, vinculado ao projeto Poéticas Discursivas em Textos de Autores Representativos dos Povos Originários Brasileiros do grupo Literatura, Arte e Mídia na linha de Estudos Interartes da Unitins. Focaliza-se a expressão literária indígena relacionada à questão feminista, apontando para a necessidade de leitura de obras que promovem o enfrentamento do determinismo no ambiente da intelectualidade brasileira, majoritariamente masculino e branco. Objetivos: Nosso objetivo é apresentar elementos de leitura e análise sobre obras de Aline Rochedo (Puri) (2015) e Eliane Potiguara (2018), indicando a contribuição do pensamento indígena na abordagem da questão feminista, de interesse da cultura globalizada contemporânea. Materiais e Métodos: Nossa pesquisa é de caráter bibliográfico. Os corpus são as obras acessadas de forma digital, Pachamama: a poesia é a alma de quem escreve, de Aline Rochedo (Puri) (2015) e Metade Cara, Metade Máscara, de Eliane Potiguara (2018). O trabalho se estrutura sob a premissa de que a literatura é uma forma artística de liberdade que desafia as opressões sociais, raciais e de gênero. Esse ponto de vista é baseado na contribuição do pensamento de Antônio Cândido (2011). O pensador Ailton Krenak (2019) nos ajuda a entender o peso do pensamento indígena na contemporaneidade. Darcy Ribeiro (1995) nos ensina sobre a formação étnica do Brasil e Sueli Carneiro (2019), sobre a questão do feminismo. Considerações finais: Antônio Cândido (2011) diz que a literatura é um meio privilegiado de abordagem das questões sociais e pessoais pelo fato de fornecer subsídios à dimensão dialética, discursiva, da existência. Diante disso concluímos que a literatura feita por mulheres indígenas contribui para a construção de diferentes saberes e diversidade de pontos de vistas importantes para a cultura brasileira como um todo e para a formação da literatura contemporânea.