O presente trabalho objetivou relatar a experiência de uma educadora com a aplicação da estratégia de ensino “tribunal de júri” em aulas práticas de Fisiologia Veterinária. Este relato de experiência possui caráter qualitativo e descritivo. A prática pedagógica foi realizada com 60 alunos do 3º período do curso de graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, divididos em quatro turmas práticas. As aulas ocorreram no mês de junho de 2023. O tribunal de júri se baseou na seguinte problemática: uso de animais para fins didáticos em aulas de Fisiologia, com o objetivo de permitir o desenvolvimento de argumentação crítica por parte dos discentes sobre esta temática bastante conflituosa em cursos superiores das Ciências Biológicas e da Saúde. Os alunos foram divididos em júri, acusação e defesa. A professora se inseriu como juíza-mediadora. Por conseguinte, a docente forneceu artigos científicos impressos que abordassem legislações sobre o assunto, alternativas educacionais ao uso de animais em aulas e discussões para a formulação de argumentações. Após a leitura dos materiais, os grupos contrários e a favor puderam apresentar suas alegações e, posteriormente, a juíza e o júri se reuniram para analisá-las. Os critérios de avaliação para a dinâmica foram: oratória, dramatização e capacidade argumentativa. A educadora observou uma participação fortemente ativa e colaborativa dos estudantes durante a aula, que incorporaram a dramaturgia de um tribunal, levando a sério suas argumentações, ao mesmo tempo que sentiam prazer em aprender dessa forma. Os alunos puderam entender melhor sobre as razões que levaram à restrição na utilização de animais como principal recurso didático. A docente assumiu papel de mediadora e sanou dúvidas quando necessário. Diante dessa experiência, o tribunal de júri se mostrou como forte metodologia ativa de ensino e aprendizado na formação de veterinários, fortalecendo o pensamento crítico e o trabalho em equipe.