O presente trabalho propõe uma análise da discussão sobre homeschooling no Brasil o entendendo enquanto pauta educacional conservadora que substitui a tentativa falha de organização política e institucional entorno do programa ‘Escola sem Partido’. Para tanto, são analisadas as características e os discursos de ambas as iniciativas no Brasil, bem como os trâmites institucionais dos projetos de lei que representam o Escola sem Partido (PL 7.180/2014) e o homeschooling (PL 3.179/2012) no Congresso Nacional. Somado a isso, verifica-se a reverberação das discussões educacionais em questão na esfera judicial e nas deliberações legislativas e executivas numa escala estadual e municipal pela nação brasileira. Assim, são propostas interpretações que configuram o homeschooling como um sucessor implícito do Escola sem Partido - após seu enfraquecimento enquanto organização - como alternativa de influência do conservadorismo no âmbito educacional brasileiro. Para tanto, são mobilizadas as teorizações de Angela Alonso (2019), Camila Silva et al. (2015), Carla Paulino (2018), Carlos Barzotto (2020), Elcio Cecchetti (2020), Gabriela Amaral (2019), Iana Lima e Álvaro Hypolito (2022) e Pierre Bourdieu (2011) para sustentação teórica das argumentações expostas. Deste modo, conclui-se que o homeschooling se institui como o novo foco de mobilização conservadora para abrir espaço aos interesses cristãos particulares das famílias numa conjuntura pública da educação no Brasil.