A escrita literária só pode partir de um acontecimento expresso de modo visceral, de quem trilhou todas as dores que representa a partir da criação imagética as dores e as marca do poder sobre a sociedade, assim, este artigo tem como objetivo fazer um cotejo entre a narrativa moçambicana de Lília Momplé em seu conto, Ninguém matou Suhura e o conto O espelho, do autor brasileiro de Machado de Assis. Para tanto, a categoria a ser comparada neste artigo será as personagens Senhor administrador do conto moçambicano e a personagens Alfares do conto brasileiro. Desse modo, a nossa fundamentação teórica baseia-se em Foucault (1989) em relação ao poder e no tocante a literatura comparada Carvalhal e Faraco (1994), Candido (1996) e Nitrini (2000) e acerca da discussão do lugar dos sujeitos negros homem e mulher Fanon (2008). A metodologia usada nesta pesquisa foi à descritiva interpretativa de cunho qualitativo (GIL, 2002). Portanto, a nossa análise apresenta os eixos de semelhanças entre a categoria das personagens corpus dessa análise, tanto pela ótica psicológica, como também, de ordem social, assim demostrando a construção da autoimagem interior que está intimamente associada as suas funções públicas e ao poder que são concedidos.