Ancorada na área da historiografia linguística, vertente de estudos que se volta à observação dos objetos de estudo linguísticos numa sequência temporal, de modo a apontar como eles foram vistos e representados em momentos distintos (BATISTA, 2013), objetivamos, neste artigo, analisar como os pronomes pessoais são definidos, classificados e representados em gramáticas em diferentes recortes temporais. Estudos sobre o português brasileiro demonstram uma contínua mudança nessa classe, em particular nos pronomes de 1ª pessoa do plural e 2ª pessoa do singular e plural, consequência da inserção do você e do a gente no sistema pronominal, o que nos motivou a investigar como essa classe gramatical é abordada em gramáticas dos séculos XIX, XX e XXI. Para isso, selecionarmos uma pequena amostra constituída de três gramáticas representativas de cada século. A pesquisa toma como parâmetro os princípios de Contextualização, Imanência e Adequação, procedimentos postulados por Koerner (2014) e Swiggers (2009, 2010). Os resultados revelam uma gradativa mudança na forma de abordagem dos pronomes nessas gramáticas.