Ensino e aprendizagem ainda desafiam a escola pública, embora historicamente vencendo obstáculos, os desafios misturam-se as conquistas. A situação desencadeada pela pandemia da Covid-19 exteriorizou enfaticamente a problemática psicossocial, econômica e excludente que envolve a educação pública. Diante disto os atuantes do chão da escola, partindo das diretrizes promulgadas pelo legislativo educacional, trabalharam de forma a driblar os contrastes da nova educação, o ensino remoto. Aprender e expandir conhecimentos de informática e tecnologias educacionais tornou-se tarefa dos professores, evidenciando uma impotência educacional: Como atender alunos sem acesso às tecnologias? Ali se instalava a problemática e ânsia por estratégias que minimizassem àquela conjuntura. Em vista deste enfretamento, a escola reinventou-se, o ensino remoto em momentos configurando-se como objeção, outros como tábua de salvação do ensino. Sabendo que essa também seria a realidade para 2021, um plano de ação foi desenvolvido pelos docentes da escola Manoel Ferreira Gomes, em Itaitinga, Ceará. Com o objetivo de alcançar o maior número de alunos possíveis, trabalhando as habilidades essenciais oriundas as Orientações Curriculares do estado do Ceará (OCPC, 2020) e de sensibilizar as famílias no tocante ao acompanhamento escolar. Trazendo à escola outro desafio, a manutenção dessa relação à distância. Ter em casa um pedacinho da escola, mesmo numa mesinha improvisada configurou uma das metas do plano de ação, que ganhou formas de uma pedagogia, nomeada pedagogia da parceria, pois envolvia escola e família como nunca antes experimentado. Essa aproximação virtual, o desenvolvimento de atividades acessíveis, disponibilizadas via aplicativos, plataformas digitais e material impresso, acompanhadas pelos professores de forma acolhedora, simples e coesa, aos poucos se tornou a metodologia que permitia perceber gradualmente o rompimento do distanciamento. Entretanto atingir os 700 alunos matriculados em 2021 não foi uma realidade totalmente contemplável, pois outras circunstâncias sociais insistiam em acompanhar a educação dos filhos dos trabalhadores brasileiros.