Este trabalho foi desenvolvido a partir de uma pesquisa monográfica, que teve como base as experiências, atividades e reflexões construídas durante os estágios realizados no curso de Licenciatura em Ciências Sociais. Essas experiências de estágio ocorreram em contextos diversificados, antes e após a pandemia e a implementação da reforma Novo Ensino Médio e possibilitaram que fosse construída uma referência sobre o ensino construído em condições ideais- ou supostamente ideais, em comparação com o ensino emergencial, remoto e híbrido, em se tratando das metodologias utilizadas e dos conteúdos trabalhados. A pesquisa a partir da qual o texto se origina, pretendeu entender a educação construída durante a pandemia, sobretudo nos anos de 2020 e 2021, o presente texto focaliza na volta ao ensino presencial em meio a reforma Novo Ensino Médio. Para responder a essa questão, a pesquisa conjugou revisão de literatura, análise de dados secundários e realização de entrevistas semiestruturadas com docentes de uma escola de referência da região metropolitana de Recife/PE. O trabalho foi desenvolvido, sobretudo, a partir do diálogo da Sociologia da Educação e da Antropologia, e se utiliza como referencial teórico-metodológico a perspectiva bourdieusiana, com problematizações a partir de trabalhos de autores como Libâneo e Fraçoise Dubet. Concluiu-se que a reforma Novo Ensino Médio é um projeto antipopular que não está em consonância com a consolidação do Estado Democrático de Direito e nem com o combate às desigualdades sociais e educacionais no país, ao contrário, ela impulsiona o desmonte do direito à educação, tal qual é estabelecida na Constituição Federal de 1988.