A pesquisa ora apresentada tem por objetivo analisar o processo da subordinação da pequena unidade familiar ao capital financeiro a partir da política de crédito para o campo. A materialização de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do campo oculta a real finalidade do Estado a partir do discurso ideológico, com ênfase no discurso do desenvolvimento, da inclusão e justiça social, para a melhoria da qualidade de vida dos agricultores e agricultoras familiares. O referente discurso traz a garantia da expansão do capital financeiro no campo no processo de subsunção do trabalho e da renda da terra. Diante da problemática exposta apresentamos questões que nortearão os caminhos, que clarificarão as multideterminações, que espelham as faces e fases da estruturação das Políticas Públicas no campo brasileiro, sob a mediação inicialmente do Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável (PDRS), conhecido como Projeto São José, observando-se na atualidade o papel dos bancos públicos (em especial o Banco do Brasil, o Banco do Nordeste e, de forma crescente, o BNDES que ainda se mantém como os principais responsáveis pela financeirização do campo, indicando a permanencia do sistema de crétito como principal norteador da subordinação, centralização e concentração da estrutura fundiária.