A dicotomia entre patrimônio material e imaterial é discutida nas políticas de preservação do patrimônio cultural. Embora a Constituição Brasileira reconheça ambos, a atenção aos bens imateriais tem sido menor. Este estudo analisou essa dicotomia nas políticas públicas de cidades do interior de Minas Gerais, focando na Semana Santa de Oliveira. A festa é considerada um bem cultural imaterial e possui bens materiais tombados relacionados. Foram mapeados os bens culturais reconhecidos pelo município e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, e analisada a documentação dos tombamentos. Os resultados revelaram interação entre bens materiais e imateriais na festa. Sete bens patrimonializados estão diretamente ligados à festa, enquanto outros sete bens culturais indiretamente também são afetados. No entanto, a documentação dos bens materiais não considera adequadamente a festividade. A metodologia incluiu análise geográfica das manifestações da festa, mapeando trajetos e locais de celebração. Foi considerada a importância da geografia na delimitação da proteção do patrimônio cultural. Em conclusão, é necessário uma maior integração entre patrimônio material e imaterial nas políticas de preservação. A Semana Santa de Oliveira destaca essa interdependência e ressalta a importância de considerar a diversidade cultural e os interesses das comunidades envolvidas. A adoção da abordagem da paisagem cultural pode ser uma alternativa promissora para a preservação e valorização desses elementos do patrimônio cultural.