Os pescadores e pescadoras do estuário da Lagoa dos Patos têm suas existências atravessadas por diferentes impactos, disputas e conflitos no/por território (DE PAULA, 2018). Nesse contexto, é perceptível, quando enxergamos essa realidade pela ótica de gênero, que existem muitas desigualdades nas vivências de homens e mulheres da pesca. Essas assimetrias se expressam na medida em que as diferentes formas de ser pescadora artesanal não são reconhecidas na legislação, dificultando ou impedindo o acesso a direitos trabalhistas e previdenciários tão necessários para perpetuação de seus modos de vida. Diante desse cenário, traçamos como objetivo principal compreender como se constituem as pescadoras no/do estuário da Lagoa dos Patos, entendido nesse trabalho como território usado (SANTOS, 1999), considerando a relação entre as vivências e as normas, sociais e institucionais, a partir de sujeitas que atuam na luta por reconhecimento das trabalhadoras da pesca.