Este artigo apresenta uma análise teórica sobre a salvaguarda do patrimônio cultural em comunidades pesqueiras tradicionais. Tal discussão embasa a pesquisa de mestrado em curso sobre as comunidades tradicionais de pescadores em São José do Norte, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, e é apoiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O estudo visa entender como diferentes concepções de cultura impactam em ações de reconhecimento do patrimônio cultural de comunidades pesqueiras, e busca discutir novas compreensões de cultura que levem em consideração o conhecimento específico dos saberes e práticas tradicionais dessas comunidades. A pesquisa de mestrado se justifica desde o tombamento da pesca artesanal como patrimônio imaterial de São José do Norte, através de uma lei municipal, e contribui no estudo dos códigos culturais como mecanismo de reconhecimento dos elementos materiais e imateriais que integram as manifestações culturais no contexto mencionado. Neste sentido, o texto também destaca a necessidade de maior reconhecimento e proteção do patrimônio cultural dos pescadores artesanais compreendidos como povos e comunidades tradicionais culturalmente diferenciados ante ao movimento de homogeneização cultural da contemporaneidade.