A financeirização da economia mundial na contemporaneidade se torna parte fundamental de análise do capitalismo em sua totalidade. Nesse contexto, a finança pode ser entendida como “a árvore que sustenta a floresta” por ser um meio do qual o capital retorna ao seu funcionamento “puro”, livre das restrições e normas impostas ao capitalismo ao longo de seu desenvolvimento. Esse processo alcança o Brasil e seus atores econômicos, visto que eles também se inserem nos movimentos de acumulação de capital fictício. O objetivo deste trabalho é compreender como se dá a reprodução dos capitais das empresas e grupos econômicos industriais brasileiros, visto que sempre buscaram a ampliação do retorno de seus capitais, distribuindo-os em diversas atividades, algumas delas sem finalidades produtivas, como uma clara busca pelo rentismo. Com o avanço da financeirização e desregulamentação dos mercados, esses agentes econômicos são impelidos (quer tenham capital aberto ou não) a buscarem retornos cada vez mais rápidos, sobretudo em ganhos “não operacionais”, alocando parte de seus capitais fora da produção e cada vez mais na esfera das finanças. Essa dinâmica pode resultar em uma menor ancoragem com o território, visto que esses capitais tendem a se comprometer menos com os locais nos quais se instalam.