As bacias hidrográficas cênicas de Bonito e Jardim/MS, mais precisamente, a dos rios da Prata, Formoso e Peixe, exibem um complexo regime jurídico-ambiental, no qual o termo “cênico” adquire importância não apenas do ponto de vista legal, ou de beleza e reconhecimento turístico, mas sim da sua valoração geológica, geomorfológica, espeleológica, hídrica, ambiental que estas áreas possuem. É inegável que as Unidades de Conservação existentes são fundamentais para a manutenção do equilíbrio das bacias hidrográficas e, dessa forma, o objetivo do trabalho é analisar as pressões ambientais que incidem sobre as UC’s das bacias cênicas, avaliando o processo de uso e definindo estratégias para a sua preservação, conservação e gestão territorial. As unidades de conservação existentes, sobretudo o PARNA da Serra da Bodoquena, detém grande parte das nascentes dos principais mananciais dessas bacias. Estando elas, ainda em locais preservados da serra. Por outro lado, nas áreas de relevo plano do alto e médio curso dessas bacias, as lavouras já são realidade e avançam até o tálus das serras, morros residuais e áreas de preservação permanente. Essa avaliação e diagnóstico do uso e cobertura das terras trazem informações primordiais para preservação e conservação local. É notório que as pressões antrópicas são intensas nessas áreas e o que mais nós vemos nos últimos anos em Bonito e Jardim, infelizmente, não é o reconhecido potencial turístico, mas sim os recorrentes turvamentos que cada vez mais tornam as bacias cênicas impactadas e de difícil reversão de tais impactos.