As cidades latino-americanas no processo de formação e ocupação tendem a ter problemas econômicos e sociais devido ao seu grau de urbanização, que vai afetar a infraestrutura. As intervenções são realizadas visando acumulação do capital e são apropriadas por poucos, o que torna o processo excludente nas representações sociais do espaço urbano. Dessa forma, entende-se que o espaço não é apenas receptáculo ou produto dos objetos e fluxos produzidos pela sociedade, mas também condição de reprodução das relações de produção. Assim, o espaço expõe seu conteúdo político, como lugar de contradições e conflitos entre grupos com suas diversas estratégias na luta por sua apropriação. Neste artigo a análise espacial foi realizada nos centros urbanos da cidade do Recife, Estado de Pernambuco, Brasil e de La Paz, na Bolívia, ambos possuem similaridades de acordo com a população absoluta e possuem centros urbanos com intervenções urbanas de requalificação e movimentos sociais de resistências. As duas cidades analisadas possuem semelhanças históricas de luta, revolução e resistência, além de projetos e políticas de transformação dos centros históricos similares. Foram analisados os movimentos sociais de resistência que ocorrem frente a essas intervenções. O centro histórico urbano de Recife e La Paz idealizado pelos movimentos sociais de resistência é aquele visto como um espaço que pode sofrer intervenções qualitativas, com um maior respeito ao espaço urbano, possibilitando sua leitura de forma crítica e conscientizadora, buscando projetos integrados, que minimizem as questões relacionadas à degradação urbana. Valorizando o cotidiano e as manifestações de luta e resistência.