Este trabalho encontra-se vinculado ao Grupo de pesquisa Geografia, diversas linguagens e narrativas de professores (Geo(bio)grafar), Programa de Pós-Graduação em Estudos Territoriais (PROET) da Universidade do Estado da Bahia, cuja escrita emerge como uma ação do projeto de pesquisa intitulado: Geo(grafias) em múltiplos contextos territoriais: identidades, memórias e narrativas, intencionando analisar os modos como as relações campo-cidade podem se expressar mediante a dinâmica que circunda e constitui a feira livre. Dessa maneira, as práticas que permeiam o acontecer da feira livre da pequena cidade de Biritinga, no semiárido baiano, que ocorrem semanalmente às quartas-feiras no núcleo urbano central, parece-nos salutar para investigação dos modos como seis feirantes, moradores do espaço rural, ressignificam aprendizagens adquiridas nas suas trajetórias de vida para produzir iguarias no campo e comercializar na cidade. Desse modo, a ênfase desse trabalho recaí sobre a interpretação e análise de narrativas das mulheres-rurais-feirantes sobre os modos como concebem, produzem e comercializam os alimentos preparados nos contextos rurais e, também, analisar como a feira livre expressam as relações de imbricação existentes entre o rural e o urbano, uma vez que, as feirantes se deslocam dos seus contextos rurais para a cidade em busca de vender suas iguarias (beijus, goma de mandioca, massa de aipim, pé de moleque, massa e o mingau de puba, além dos alimentos hortifrutigranjeiros). Esses episódios revelam a pluralidade de acontecimentos, socialização de saberes, trocas de informações, comercialização de mercadorias e fluxos de pessoas constituintes da dinâmica das feiras livres no Brasil.