O presente trabalho surge na busca da compreensão das diferentes reconfigurações produtivas da indústria de cosméticos Avon em seus 137 anos de atuação no mercado mundial. Uma empresa estadunidense, com sua origem no estado de Nova York, que opta por ter como nome o estado da Califórnia, fundada em 1886 como “California Perfume Company”, uma empresa de origem territorial, com seus primórdios na estrutura fordista, utilizando dessa organização produtiva e social como base para sua formação e consolidação. A companhia através das décadas se reestrutura, transitando da organização fordista a uma adaptação flexível, alterando sua lógica produtiva-comercial e agregando tais modificações para nomenclatura Avon, na busca de se inserir ao novo sistema global industrial, a companhia amplia seus territórios, cria e recria os territórios de venda e assume uma nova roupagem para o século XXI. A Avon é um sólido exemplo de como o capitalismo pode adaptar-se as diferentes configurações, políticas, sociais e econômicas, como uma multinacional que trabalha em diferentes escalas geográficas locais, para uma manutenção em nível global, com mais de 100 países em seu pátio produtivo e comercial e seis milhões de vendedoras pelo mundo, Avon utiliza o território para geração de valor, apropriando-se das relações humanas para garantia de sua sobrevivência em um sistema financeiro globalizado, instável e complexo.