A proposta deste trabalho está relacionada com o desenvolvimento dos estudos em nível de doutoramento em Geografia junto à Universidade Federal de Sergipe. A pesquisa em tela, parte da necessidade de estudos aprofundados quanto à territorialização do capital e à produção do espaço com vistas à compreensão acerca dos conflitos territoriais relacionados com a implantação de linhas de transmissão de energia. O objetivo deste trabalho é analisar a implantação de linhas de transmissão de energia atrelada à lógica dos grandes projetos de desenvolvimento acerca da falácia da segurança energética das políticas públicas de energia no Brasil. Diante disso, as linhas de transmissão de energia elétrica serão os focos analíticos junto aos desdobramentos no território em conflito sob a égide dos interesses capitalistas de acumulação de capital e reprodução ampliada do capital de forma multi e transescalar. Para tanto, o prisma metodológica está centrado na análise documental, bibliográfica e principalmente do processo de desenvolvimento da pesquisa participante nas comunidades camponesas e quilombolas impactados diretamente pelas Linhas de Transmissão de Energia (LTE). Quanto aos resultados preliminares, apontamos que as infraestruturas materializadas nas linhas de transmissão de energia representam a efetividade na expropriação nas comunidades quilombolas e camponesas e a promoção do desenvolvimento atrelado ao caráter expansivo do capital financeiro. Assim, enfatizamos que as políticas públicas de energia, materializadas na Política Nacional de Energia (PNE) assume o caráter de efetivar a territorialização do capital por meio das infraestruturas energéticas, desencadeando diversos conflitos territoriais no campo brasileiro.